Primeira Leitura (1Pd 1,3-9)

Primeira Leitura (1Pd 1,3-9)

Leitura da Primeira Carta de São Pedro.

3Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Em sua grande misericórdia, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, ele nos fez nascer de novo, para uma esperança viva, 4para uma herança incorruptível, que não estraga, que não se mancha nem murcha, e que é reservada para vós nos céus.

5Graças à fé, e pelo poder de Deus, vós fostes guardados para a salvação que deve manifestar-se nos últimos tempos. 6Isto é motivo de alegria para vós, embora seja necessário que agora fiqueis por algum tempo aflitos, por causa de várias provações. 7Deste modo, a vossa fé será provada como sendo verdadeira — mais preciosa que o ouro perecível, que é provado no fogo — e alcançará louvor, honra e glória, no dia da manifestação de Jesus Cristo. 8Sem ter visto o Senhor, vós o amais. Sem o ver ainda, nele acreditais. Isso será para vós fonte de alegria indizível e gloriosa, 9pois obtereis aquilo em que acreditais: a vossa salvação.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Responsório (Sl 110)

Responsório (Sl 110)

— O Senhor se lembra sempre da Aliança!

— O Senhor se lembra sempre da Aliança!

— Eu agradeço a Deus de todo o coração junto com todos os seus justos reunidos! Que grandiosas são as obras do Senhor, elas merecem todo o amor e admiração!

— Ele dá o alimento aos que o temem e jamais esquecerá sua Aliança. Ao seu povo manifesta seu poder, dando a ele a herança das nações.

— Enviou libertação para o seu povo, confirmou sua Aliança para sempre. Seu nome é santo e é digno de respeito. Permaneça eternamente o seu louvor.

Evangelho (Mc 10,17-27)

Evangelho (Mc 10,17-27)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.

— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 17quando Jesus saiu a caminhar, veio alguém correndo, ajoelhou-se diante dele, e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?”

18Jesus disse: “Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. 19Tu conheces os mandamentos: não matarás; não cometerás adultério; não roubarás; não levantarás falso testemunho; não prejudicarás ninguém; honra teu pai e tua mãe!”

20Ele respondeu: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. 21Jesus olhou para ele com amor, e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!”

22Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. 23Jesus então olhou ao redor e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!”

24Os discípulos se admiravam com estas palavras, mas ele disse de novo: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!”

26Eles ficaram muito espantados ao ouvirem isso, e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?” 27Jesus olhou para eles e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

É necessário ter o coração livre para amar a Deus

“Jesus olhou para ele com amor e disse: ‘Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!’ Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico” (Marcos 10,21-22).

Aqui, no Evangelho, costumamos chamar de “a passagem do jovem rico”, mas o texto bíblico não diz se ele era jovem, diz que era um homem. Mas é interessante que se tratava de uma pessoa profundamente comprometida, era uma pessoa que guardava todos os mandamentos e os observava. O texto bíblico discorre todo esse diálogo. O padre fez uma síntese aqui, mas no diálogo desse homem com Jesus fica claro: é um homem comprometido. Comprometido com a observância dos mandamentos, é comprometido com os preceitos de Deus, é alguém que quer ser de Deus, que quer experimentar Deus, mas não basta ser bom, é preciso ser livre.

Não basta ser bom, precisamos ser livres, porque, na liberdade dos filhos de Deus, essa bondade que trazemos age com uma potência muito forte. Por isso que Jesus precisava tornar o coração desse homem (que era bom) num coração livre.

Jesus olha para esse homem com amor, diz a Palavra. Porque, na verdade, só o amor de Cristo nos torna livres. É claro que nós obedecemos aos mandamentos, é claro que você busca viver os preceitos de Deus, uma vida reta, uma vida digna, mas isso não é suficiente, porque se o amor de Cristo não nos torna livres interiormente, podemos até observar interiormente todas as coisas, mas o nosso coração ficará sempre vazio.

O seu coração precisa ser livre dos bens materiais para que eles sejam instrumentos no seu segmento a Jesus

Uma coisa faltava para aquele homem. Jesus tem um olhar e consegue detectar, no coração daquele homem, o que faltava: libertar-se das posses. Elas podem ser de vários tipos, as posses não são só material, não é só dinheiro, não são só bens materiais — casa, carro, coisas —, mas as posses podem ser afetivas. Você pode ser apegado a um sentimento, você pode ser apegado a uma pessoa, e as posses podem ser até mesmo religiosas.

Aquele homem observava tudo; desde a sua juventude, ele observava os mandamentos. Nós também podemos correr o risco de tornar a nossa vida espiritual uma posse nossa, e achar que isso para nós seja suficiente, mas Jesus aponta para ele: “O seu tesouro precisa estar no Céu”. Jesus ensina ao coração daquele homem a atribuir um valor exato para as coisas, para as pessoas, um valor justo para as coisas. Porque, a partir do momento em que centralizamos Deus na nossa vida, todas as outras coisas ocupam o seu lugar justo.

Aquele homem tinha um pouco de desordem em relação a isso, porque as coisas, os bens materiais, estavam ocupando um lugar errado, e ele estava juntando tesouros aqui na Terra. Jesus diz: “O seu tesouro é no Céu”, “Você precisa juntar tesouros no Céu, por isso, vem e segue-me. Deixa, neste momento, essas coisas, vem e segue-me”. Ou seja, trocar algo bom, porque aquele homem tinha muitas posses, era muito rico, diz a Palavra.

Trocar algo bom por algo sublime, trocar algo que é muito sublime, por algo ainda melhor, mas o texto bíblico termina dizendo que aquele homem foi embora abatido e triste porque era muito rico.

A riqueza não era a tristeza daquele homem, porque a riqueza não é uma maldição, os bens materiais que você possui são uma bênção, os bens materiais não são uma maldição, mas o motivo era o apego a essas riquezas. O problema não são os bens materiais, mas a nossa forma de nos relacionarmos com eles. Por isso que sem um coração livre não se pode nunca seguir Jesus. Porque se você vai correr atrás dos bens materiais, você pode até possuí-los, mas o seu coração precisa ser livre deles, para que esses bens sejam instrumentos no seu segmento a Jesus e não o contrário, um empecilho.

Abra o seu coração, permita que Jesus, hoje, também pergunte ao seu coração: “O que te falta?”, “Qual é a realidade que falta ao seu coração para que você seja totalmente entregue ao meu seguimento?”. Que a graça do Senhor esteja conosco!

Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

 

Padre Donizete Ferreira

Sacerdote da Comunidade Canção Nova

Santos Romão e Lupicino, irmãos que, mesmo muito diferentes, viveram em paz

Religiosos [meados século V]

Vocação tardia

Também na atualidade existem aqueles que descobrem o seu chamado à vida religiosa já na vida adulta, ou, somente nessa fase, correspondem à vocação que já intuíam ter. Esse foi o caso de Romão, francês, que optou pela vida religiosa aos 35 anos.

Vida dos Padres do Deserto

Não saciado com a regra do mosteiro, sentiu-se impulsionado a uma vida mais radical. Enquanto caminhava em meio aos campos, deparou-se com um lugar cheio de árvores e uma fonte: ali se instalou e esquecendo-se do mundo e de si mesmo, dedicou-se à oração, trabalhos manuais e a leitura da Bíblia. Quanto à Sagrada Escritura, foi o único livro que levou consigo, pois a considerava mais do que suficiente para viver.

Irmãos sendo irmãos

Lupicino, atraído pelo estilo de vida adotado pelo irmão, juntou-se a Romão e fundaram assim um mosteiro. Como acontece em muitas famílias, os irmãos fazem o quê? Discutem, brigam, provocam-se um ao outro, discordam etc. O mesmo aconteceu com Romão e Lupicino.

Diferenças como riquezas

Em especial na vida em comunidade, as diferenças entre os membros daquela família religiosa são riquezas e não barreiras. Conta-se que Romão era complacente, tolerante, confiava em todos e muito piedoso. Já Lucipino mais enérgico, prático, seletivo e pé no chão na hora das decisões. O perfil de cada um, porém, combinavam-se admiravelmente. Cada hora um abria mão de si para acolher o outro. Aí está a marca da santidade.

Revelação da Virgem Maria

Em oração, os irmãos monges recebem uma visita da Virgem Maria que os orienta dizendo: “Vocês devem lutar corajosamente contra o demônio e não temer os embustes e ódio daquele que frequentemente foi vencido pelos amigos de Deus. Se ele ataca os homens, é por medo de que eles, por suas virtudes, subam ao lugar de onde a infidelidade diabólica os fez cair”.

Milagre pelo acolhimento

Romão foi ordenado padre, e assim viveu por quase 20 anos. Numa viagem, o sacerdote ficou hospedado num casebre onde vivia dois leprosos. Romão abraçou a ambos num gesto de acolhimento, solidarizou-se com suas dores e, na manhã seguinte, ambos estavam curados.

As questões práticas

Conta-se que Lupicino sempre se ateve muito às questões práticas da vida. Ele cuidava da estrutura para que seu irmão colocasse em prática as lindas inspirações que recebiam, como, por exemplo, a de fundar dois mosteiros masculinos e um feminino.

Morte e devoção

Romão morreu em 28 de fevereiro de 463, aos 73 anos de idade. Lucipino foi para eternidade em 480. O culto aos santos espalhou-se pela França, Bélgica, Suíça, Itália e por toda a Europa.

A minha oração

“Senhor nosso Deus, ter pessoas ao nosso lado é uma bênção! Como São Romão e Lupicino tinham um ao outro, eu te louvo pelos filhos teus enviados para conviver comigo, me animar, sustentar minha vocação e me impulsionar para que eu prossiga. Louvado seja o teu nome Senhor, pela vida em família e em comunidade. Amém”.

São Romão e Lupicino, rogai por nós!

Outros santos e beatos que a Igreja faz memória em 28 de fevereiro:

Santos presbíteros, diáconos e outros cristãos, mortos durante pandemia em Alexandria [† 262]

Santas Marana e Cira, virgens, na Síria [† s. V]

Santo Hilário, Papa [† 468]

Santo Osvaldo, bispo na Inglaterra [† 992]

Santo Augusto Chapdelaine, presbítero e mártir, preso por ser o primeiro a semear a fé cristã em Xilinxian na China [† 1856]

Beata Antônia de Florença, viúva, fundadora e primeira abadessa do mosteiro do Corpo de Cristo com a observância da primeira Regra de Santa Clara na Itália [† 1472]

Beatos Paulo Uchibori Sakuemon, Gaspar Kizaemon e sua esposa Maria Mine, Gaspar Nagai Sohan, mártires no Japão [† 1627]

Beato Daniel Brottier, presbítero da Congregação do Espírito Santo, na França [† 1936]

Beato Timóteo Trojanowski, presbítero da Ordem dos Frades Menores Conventuais e mártir, na Polónia [† 1942]

Beato Carlos Gnócchi, presbítero, na Itália [† 1956]

Fontes:

Martirológio Romano

Liturgia das Horas

Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]

Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007]

Pesquisa e Redação:

Fernando Fantini – Comunidade Canção Nova

 

Seja instrumento de conversão na vida dos irmãos

“Naquele tempo, Jesus contou uma parábola aos discípulos: ‘Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? Por que vês o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? Como podes dizer a teu irmão: irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão’” (Lucas 6,39.41-42).

Existe uma reação comum a todos nós, e a psicologia a explica muito bem: projetar nos outros aquilo que não aceitamos ou aquilo que nós trazemos dentro de nós. É um mecanismo de defesa chamado: projeção. A defesa desse nosso ego, muitas vezes, perde a capacidade dessa transformação interior. Além de ser um mecanismo de defesa, a nível psicológico, é um pecado contra a fraternidade porque eu deixo de olhar para aquilo que preciso corrigir em mim e coloco o olho sobre a vida dos meus irmãos.

Muitas vezes, odiamos e repudiamos determinados defeitos em nós, mas nós manifestamos essa insatisfação apenas quando vemos o mesmo defeito nos outros. Muitas vezes, a nossa consciência vai se deteriorando e perdemos a capacidade de estar insatisfeitos com o nosso comportamento e estamos insatisfeitos com o comportamento do outro. Queremos ser mestres do mundo inteiro, mas não somos mestres para nós mesmos, não somos capazes de educar a nossa própria personalidade, o nosso coração para o caminho da santidade.

Depois que nós passamos por essa etapa de conversão e de transformação, podemos ser sim instrumento na vida uns dos outros

A rigidez que, muitas vezes, certas pessoas têm em relação ao outro, pode esconder áreas da nossa vida que ainda não foram trabalhadas pela graça de Deus. Determinados muros, que se levantam, podem esconder fragilidades que alguém não está disposto a resolver dentro de si. Então, muita atenção! Basta perceber sobre o que estão fixados os nossos julgamentos e veremos quanta coisa dentro de nós não está ainda resolvida, não foi ainda alcançada pela cruz de Cristo e estamos impedidos de olhar isso dentro de nós. O primeiro movimento é dentro, o primeiro movimento é conosco: “Tira primeiro a trave do teu olho”, olhe para dentro de si, olhe para dentro da sua realidade e veja quais são as atitudes que eu preciso corrigir dentro de mim.

Quando a gente sacode a poeira – diz o livro do Eclesiástico – ficam nela só os refugos; assim os defeitos de um homem aparecem no seu falar. Como o forno prova os vasos do oleiro, assim o homem é provado em sua conversa. O fruto revela como foi cultivada a árvore; assim, a palavra mostra o coração do homem. Não elogies a ninguém, antes de ouvi-lo falar; pois é no falar que o homem se revela (Eclesiástico 27,5-8). Essa sabedoria divina nos ensina, em primeiro lugar, a olhar para dentro de nós. É claro, depois que nós passamos por essa etapa de conversão e de transformação, podemos ser sim instrumento na vida uns dos outros, mas isso primeiro precisa acontecer dentro de nós.

Peçamos ao Senhor, neste dia consagrado a Ele, que Ele nos ajude na força do Seu Espírito a fazer esse movimento de conversão pessoal para nos tornar instrumentos na vida dos nossos irmãos.

Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

 

Padre Donizete Ferreira

Sacerdote da Comunidade Canção Nova

Primeira Leitura

Primeira Leitura (Eclo 27,5-8)

Leitura do Livro do Eclesiástico:

5Quando a gente sacode a peneira, ficam nela só os refugos; assim os defeitos de um homem aparecem no seu falar. 6Como o forno prova os vasos do oleiro, assim o homem é provado em sua conversa. 7O fruto revela como foi cultivada a árvore; assim, a palavra mostra o coração do homem. 8Não elogies a ninguém, antes de ouvi-lo falar; pois é no falar que o homem se revela.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Responsório (Sl 91)

Responsório (Sl 91)

— Como é bom agradecermos ao Senhor!

— Como é bom agradecermos ao Senhor!

— Como é bom agradecermos ao Senhor/ e cantar salmos de louvor/ ao Deus altíssimo!/ Anunciar pela manhã vossa bondade,/ e o vosso amor fiel,/ a noite inteira.

— O justo crescerá como a palmeira,/ florirá igual ao cedro que há no Líbano;/ na casa do Senhor estão plantados,/ nos átrios de meu Deus florescerão.

— Mesmo no tempo da velhice darão frutos,/ cheios de seiva/ e de folhas verdejantes; e dirão:/ “É justo mesmo o Senhor Deus:/ meu rochedo,/ não existe nele o mal!”

Anúncio do Evangelho (Lc 6,39-45)

Anúncio do Evangelho (Lc 6,39-45)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós!

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 39Jesus contou uma parábola aos discípulos: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? 40Um discípulo não é maior do que o mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre.

41Por que vês o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? 42Como podes dizer a teu irmão: irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão.

43Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons. 44Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem uvas de plantas espinhosas.

45O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, o santo do sorriso

Religioso [1838 – 1862]

Também conhecido como São Gabriel da Virgem Dolorosa

Sua infância

Foi batizado em sua cidade natal, Assis (Itália), como Francisco Possenti. Tinha apenas 4 anos quando sua mãe morreu. Estudou em Colégios Católicos. Seu pai era governador do Estado Pontifício; por causa disso, ele mudava de cidade com frequência.

Um jovem entre dois mundos

Francisco era um jovem brilhante e sempre se destacou entre os outros meninos, era um ótimo aluno, bonito, educado, excelente bailarino e admirado por seus colegas e amigos, gostava muito do teatro e da literatura. Também desde menino sente uma atração e admiração muito forte pela vida religiosa.

Porém se sente dividido entre os divertimentos que tanto gostava, os romances, os bailes e festas da aristocracia de Espoleto e a vida de penitência e contemplação que o atraía.

Segue a tua vocação

Ainda durante a adolescência dele, a sua irmã morreu de cólera, e Francisco foi muito provado por essa perda. Refletiu sobre a inconsistência das alegrias humanas e voltou a pensar na vida religiosa. Mas seu pai o desmotivava. Em 1856, durante uma procissão Mariana, Francisco estava em meio à multidão de fiéis e, no momento em que o ícone da Virgem Maria estava diante dele, percebeu claramente Nossa Senhora dirigir-lhe as palavras: “Francisco, não entendeu ainda que essa vida não é feita para você? Segue a tua vocação”. Quinze dias depois, aos 18 anos, ele deixou a cidade de Spoleto onde morava.

Passionista para sempre

Ingressou na Congregação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, fundada por São Paulo da Cruz, ou seja, os Passionistas. Sua espiritualidade foi marcada fortemente pelo amor a Jesus Crucificado e pela Virgem Dolorosa. Ao ingressar no noviciado e receber o hábito, ele assume o nome de Gabriel de Nossa Senhora das Dores, devido à sua devoção mariana.

Último sorriso e vida eterna

Com apenas 23 anos sente-se fraco, cansado, tem febre, dores no peito e muita tosse, onde vomitou sangue pela primeira vez. Foi diagnosticado com tuberculose. Depois de lutar fielmente e unir as suas dores à Paixão de Jesus da qual era tão devoto, São Gabriel das Dores pede a absolvição de seus pecados e diante da consciência de sua finitude repete três vezes: “Meus méritos são vossas chagas, Senhor!”. Morreu de tuberculose, aos 24 anos, no dia 27 de fevereiro de 1862.

Registros do Santo

Tem-se o registro de 40 cartas testemunhando sua devoção a Nossa Senhora das Dores.

Exemplo para a juventude

Gabriel dedicou a sua juventude à caridade e à evangelização, além de um trabalho social intenso que desenvolvia desde a adolescência. Foi beatificado em 1908 e canonizado em 1920, pelo Papa Bento XV, que o declarou exemplo a ser seguido pela juventude dos nossos tempos.

Devoção

– Foi declarado co-patrono da Ação Católica [Associação de Leigos Italiana], pelo Papa Pio XI, em 1926.

– Custodiado pela Congregação dos Passionistas, o Santuário de São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, que fica na Província de Teramo, é um dos mais procurados da Itália.

Sua relíquia no Santuário do Pai das Misericórdias

Em 2014, quando foi dedicado o Santuário do Pai das Misericórdias, na sede da Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP), relíquias de primeiro grau de São Gabriel foram solenemente depositadas no altar do templo. As mesmas foram doadas pelo fundador da Comunidade, monsenhor Jonas Abib, que viu como providência tê-las, já que a Comunidade iniciou seus trabalhos com jovens, e também a espiritualidade do Santuário tem sintonia com Nossa Senhora das Dores, por ter em seu interior uma grande imagem da Pietá, a Virgem Maria com o corpo de Jesus, morto, nos braços.

Devoção paroquial no Brasil

Conhece-se quatro Paróquias no Brasil que difundem essa devoção. Uma em São Paulo (SP), outra em Osasco (SP), uma em Itaquaquecetuba (SP), na Diocese de Mogi das Cruzes (SP); e outra na região metropolitana de Curitiba, na cidade de Fazenda do Rio Grande (PR).

A minha oração

“Senhor, ajuda-me, a exemplo de São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, me decidir radicalmente pelo Evangelho e renunciar, a cada dia, o pecado e as seduções do mundo. Dai-nos Jesus, um coração cheio de amor por Vossa Mãe Maria Santíssima e pela Vossa Paixão, assim como era inflamado o coração de São Gabriel das Dores.”

São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, rogai por nós!

Outros santos e beatos que a Igreja faz memória em 27 de fevereiro:

Santos Julião e Euno, mártires, no Egito [† s. III]

São Besas, mártir, no Egito [† s. III]

Santa Honorina, virgem e mártir na França [† data inc.]

São Baldomiro, subdiácono, homem consagrado a Deus na França [† c. 660]

Santos Basílio e Procópio Decapolita, monges, na Turquia [† 741]

São Gregório, monge e doutor da Igreja, na Arménia [† c. 1005]

São Lucas, abade do mosteiro do Santíssimo Salvador, sob a regra dos monges orientais na Itália [† 1149]

Santa Ana Line, viúva e mártir, na Inglaterra, padeceram também com ela os beatos presbíteros e mártires Marcos Barkworth, da Ordem de São Bento, e Rogério Filcock, da Companhia de Jesus, [† 1601]

Beato Guilherme Richardson, presbítero e mártir, em Londres [† 1603]

Beata Francisca Ana de Nossa Senhora das Dores (Francisca Maria Cirer Carbonell), virgem,fundou a Comunidade das Irmãs da Caridade [† 1855]

Beato José Tous y Soler, presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, na Espanha [† 1871]

Beata Maria de Jesus Deluil Martiny, virgem, mártir, na França [† 1884]

Beata Maria da Caridade do Espírito Santo (Maria Josefa Carolina Brader), virgem, na Colômbia [† 1943]

Fontes:

Santuário São Gabriel de Nossa Senhora das Dores – sangabriele.org

Santuário do Pai das Misericórdias – paidasmisericordias.com

Paróquia São Gabriel da Virgem Dolorosa de Itaquaquecetuba (SP) – [crédito da foto]

Martirológio Romano

vaticannews.va

Liturgia das Horas

Conteúdo chancelado por Dom Amilton Manoel da Silva, Passionista, bispo de Guarapuava (PR)

Pesquisa: Matheus Porfirio Cesario – Comunidade Canção Nova- Lorena

Produção e edição: Fernando Fantini – Comunidade Canção Nova