Primeira Leitura

Primeira Leitura (Êx 32,15-24.30-34)

Leitura do Livro do Êxodo.

Naqueles dias, 15Moisés voltou do cume da montanha, trazendo nas mãos as duas tábuas da aliança, que estavam escritas de ambos os lados. 16Elas eram obra de Deus e a escritura nelas gravada era a escritura mesma de Deus.

17Josué, ouvindo o tumulto do povo que gritava, disse a Moisés: “Há gritos de guerra no acampamento!” 18Moisés respondeu: “Não são gritos de vitória nem gritos de derrota; o que ouço são vozes de gente que canta”.

19Quando chegou perto do acampamento e viu o bezerro e as danças, Moisés encheu-se de ira e arremessou por terra as tábuas quebrando-as no sopé da montanha. 20Em seguida, apoderou-se do bezerro que haviam feito, queimou-o e triturou-o, até reduzi-lo a pó. Depois espalhou o pó na água, e fez os filhos de Israel beberem dela.

21Moisés disse a Aarão: “Que te fez este povo, para atraíres sobre ele tão grande pecado?” 22Aarão respondeu: “Não se indigne o meu senhor. Tu bem sabes que este povo é inclinado ao mal. 23Eles me disseram: ‘Faze-nos deuses que caminhem à nossa frente, pois quanto àquele Moisés, que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu’. 24Eu, então, lhes disse: ‘Quem de vós tem ouro?’ Eles trouxeram ouro e me entregaram, e eu lancei-o no fogo e saiu este bezerro”.

30No dia seguinte, Moisés disse ao povo: “Vós cometestes um grandíssimo pecado. Mas vou subir ao Senhor para ver se de algum modo poderei obter perdão para o vosso delito”.

31Moisés voltou para junto do Senhor, e disse: “Ah! este povo cometeu um grandíssimo pecado: fizeram para si deuses de ouro. 32Peço-te que lhe perdoes esta culpa, senão, risca-me do livro que escreveste”.

33O Senhor respondeu a Moisés: “É aquele que pecou contra mim que eu riscarei do meu livro. 34E agora vai, e conduze este povo para onde eu te disse. O meu anjo irá à tua frente; mas, quando chegar o dia do castigo, eu os punirei por este seu pecado”.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Responsório Sl 105(106),19-20.21-22.23 (R. 1a)

Responsório Sl 105(106),19-20.21-22.23 (R. 1a)

— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!

— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!

— Construíram um bezerro no Horeb e adoraram uma estátua de metal; eles trocaram seu Deus, que é a sua glória, pela imagem de um boi que come feno.

— Esqueceram-se do Deus que os salvara, que fizera maravilhas no Egito; no país de Cam fez tantas obras admiráveis, no Mar Vermelho, tantas coisas assombrosas.

— Até pensava em acabar com sua raça, não se tivesse Moisés, o seu eleito, interposto, intercedendo junto a ele, para impedir que sua ira os destruísse.

Evangelho (Mt 13,31-35)

Evangelho (Mt 13,31-35)

— Aleluia, Aleluia, Aleluia.

— Deus nos gerou pela palavra da verdade como as primícias de suas criaturas. (Tg 1,18)

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 31Jesus contou-lhes outra parábola: “O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo. 32Embora ela seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior do que as outras plantas. E torna-se uma árvore, de modo que os pássaros vêm e fazem ninhos em seus ramos”.

33Jesus contou-lhes ainda outra parábola: “O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.

34Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar parábolas, 35para se cumprir o que foi dito pelo profeta: ‘Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo’.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

A Palavra de Deus pode transformar a sua vida

“Naquele tempo, Jesus contou-lhes outra parábola: ‘O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo. Embora ela seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior do que as outras plantas. E torna-se uma árvore, de modo que os pássaros vêm e fazem ninhos em seus ramos’” (Mateus 13,31-32).

Meus irmãos e minhas irmãs, nesta segunda-feira, 31 de julho, a Igreja celebra a memória de Santo Inácio de Loyola. Vamos falar sobre esse santo porque o Evangelho tem tudo a ver com a vida desse homem!

Quando Jesus contou a parábola do Reino dos Céus como essa semente de mostarda que é tão pequena, a menor de todas as sementes, mas quando cresce fica grande e torna-se uma árvore que os pássaros vêm e fazem ninhos em seus ramos.

O que se tornou a que nós chamamos “Companhia de Jesus” ou “Jesuítas” é justamente fruto da vida desse homem: Santo Inácio de Loyola. Ela era um militar que, numa das batalhas, foi atingido por um tiro de canhão. E, na experiência de convalescença no hospital, recebe um livro sobre a vida de Cristo, recebe os Evangelhos.

E, na leitura da vida de Cristo, esse homem faz uma experiência pessoal com o Senhor; faz uma experiência transformadora com a vida de Jesus Cristo.

Que tudo na nossa vida seja para honra e glória do nome de Jesus

A semente, como eu falei, que era aparentemente pequena — o que é, por exemplo, um livro que você dá para alguém? Você pega um livro, compra um livro espiritual de um pregador, é um livro que você fez uma experiência com ele e presenteia alguém. Não temos dimensão do que isso pode fazer na vida de alguém!

E, aqui, no caso, foi a Bíblia, foi a Palavra de Deus, foi a vida de Jesus Cristo. Mas, no coração de Santo Inácio, deu frutos abundantes. Ele fundou a Companhia de Jesus, como eu disse, onde o slogan dos Jesuítas é a “Ad maiorem Dei gloriam” (Para a maior glória de Deus).

A vida de um homem que teve um encontro pessoal com Cristo, através da leitura e da meditação da Palavra de Deus numa ocasião, numa situação peculiar da sua vida, foi atingido por um tiro de canhão. Muitas vezes, precisamos de uma parada, precisamos de uma realidade impactante na nossa vida para permitir que Cristo entre.

Talvez, você tenha experimentado isso num momento de dor, de sofrimento e de provação, em que, através daquela situação aparentemente triste e dramática, Jesus entrou na sua vida e você deu espaço para que essa semente tão pequena, aparentemente pequena, caindo no seu coração, pudesse dar muitos frutos e produzir a pessoa que você é; o homem de Deus que você é, a mulher de Deus que você é.

Então, hoje, ao celebrar a memória de Santo Inácio de Loyola, nós também queremos dizer: “Tudo para a maior glória de Deus”. Que tudo na nossa vida seja para honra e glória do nome de Jesus, acolhendo a Sua Palavra, acolhendo o Seu Reino dentro de nós.

Sobre vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

 

Padre Donizete Ferreira

Sacerdote da

Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus

Origens

Iñigo Lopez de Loyola, nasceu em 1491, na Espanha, em uma família nobre, rica e cristã. Ele era o mais novo de treze filhos e cresceu voltado para os luxos da corte.

Cavaleiro do rei

Iñigo optou pela carreira militar e era um exímio cavaleiro: desde muito cedo se empenhava ao defender o que acreditava e não se importava nem de perder a própria vida dessa forma.

Batalha final

Em uma luta para defender Pamplona, o santo de Loyola foi ferido por uma bala de canhão que lhe fez ficar em convalescença para se recuperar.

Por que não eu?

Essa era a pergunta que Inácio se fez quando, no tempo em que estava repousando e não tendo livros de seu gosto para passar o tempo, ele se deparou com os livros que lhe deram, os quais narravam a vida de santos que deram tudo de si pela causa que acreditavam: o Reino de Cristo.

Cavaleiro do Rei dos Reis

A partir disso, viveu para defender o Reino. E trocou as coisas dessa terra pelas do Alto. Curado, foi à capela do santuário de Nossa Senhora de Montserrat, pendurou sua espada no altar e deu as costas ao mundo da corte.

Peregrino de Cristo

Santo Inácio foi um grande peregrino nessa terra. Viveu a mendicância e grandes batalhas espirituais, mas vivia a santa indiferença: “da nossa parte, não queiramos mais saúde que enfermidade, riqueza que pobreza, honra que desonra, vida longa que vida breve e, assim por diante em tudo o mais, desejando e escolhendo somente aquilo que mais nos conduz ao fim para o qual somos criados”.

Fundador

Em Paris, em 1534, junto à Francisco Xavier e outros companheiros, fundou a Companhia de Jesus. Alguns membros foram enviados para evangelizar o Brasil. Ele preparou e enviou os missionários jesuítas ao mundo todo para espalhar o cristianismo.

Páscoa

Morreu no dia 31 de julho de 1556, em Roma, na Itália. Foi canonizado em 1622.

Padroeiro dos Retiros Espirituais

A sua incessante busca interior e as suas revelações o fizeram escrever os Exercícios Espirituais e ser considerado o santo do discernimento dos espíritos. Foi declarado Padroeiro de Todos os Retiros Espirituais pelo Papa Pio XI em 1922.

A minha oração

“Meu querido Santo Inácio, ensinai-me a viver nesta terra como peregrina: entendendo que aqui tudo passa e que o que vale é a conquista do Reino dos Céus! Amém.”

Santo Inácio de Loyola, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em de 31 de julho:

Em Milão, na Transpadânia, região da Itália, São Calímero, bispo.  († s. II f.)

Em Sínada, na Frígia, hoje Çifitkasaba, na Turquia, os santos Demócrito, Segundo e Dionísio, mártires. († s. III)

Em Cesareia, hoje Cherchell, na Argélia, São Fábio, mártir. († 303-304)

Em Roma, junto à Via Latina, São Tertuliano, mártir. († c. s. IV)

Em Ravena, na Flamínia, região da Itália, o passamento de São Germano, bispo de Auxerre. († 448)

Em Ímola, também na Flamínia, o passamento de São Pedro Crisólogo, bispo de Ravena. († c. 450)

Em Skövde, na Suécia, Santa Helena, viúva, que, injustamente assassinada, é considerada mártir. († c. 1160)

Em Acquapendente, na Toscana, região da Itália, o passamento do Beato João Colombíni, rico comerciante de vestuário que se converteu à pobreza. († 1307)

Em Londres, na Inglaterra, o Beato Everardo Hanse, presbítero e mártir. († 1581)

Em Nishizaka, no Japão, o Beato Nicolau Fukunaga Keian, religioso da Companhia de Jesus e mártir. († 1633)

Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato João Francisco Jarrige de la Morelie du Breuil, presbítero e mártir. († 1794)

Em Cay Met, na Cochinchina, hoje no Vietnam, os santos Pedro Doan Cong Quy, presbítero, e Manuel Phung, mártires. († 1859)

No vale de Alighede, na Etiópia, São Justino De Jacobis, bispo, da Congregação da Missão. († 1860)

Em Granollers, na Espanha, os beatos mártires Dionísio Vicente Ramos, presbítero, e Francisco Remon Játiva, religioso da Ordem dos Frades Menores Conventuais. († 1936)

Em Valência, também na Espanha, o Beato Jaime Buch Canals, religioso da Sociedade Salesiana. († 1936)

Em La Arrabassada, também na Espanha, as beatas Esperança da Cruz (Teresa Subirá Sanjaume) e Companheiras, virgens da Congregação das Irmãs Carmelitas Missionárias e mártires. († 1936)

Em Toledo, também na Espanha, os beatos Nazário do Sagrado Coração (Nazário del Valle González), presbítero da Ordem dos Carmelitas Descalços e companheiros mártires. († 1936)

Em Andújar, localidade da província de Jaen, também na Espanha, os beatos Prudêncio da Cruz (Prudêncio Gueréquiz Guezuraga) e Segundo de Santa Teresa (Segundo Garcia Cabezas), presbíteros da Ordem da Santíssima Trindade e mártires. († 1936)

Em Paracuellos del Jarama, também na Espanha, o Beato Vítório (Martinho Anglés Oliveras), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e mártir. († 1936)

Em Dachau, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Miguel Ozieblowski, presbítero e mártir. († 1942)

Em Kalisz, na Polónia, o Beato Francisco Stryjas, mártir. († 1944)

Em Trnava, na Eslováquia, a Beata Sidónia, virgem da Congregação das Irmãs da Caridade da Santa Cruz e mártir.

Fontes:

Arquisp.org.br

Martirológio Romano

– Pesquisa e redação: Catarina Xavier – Comunidade Canção Nova

Primeira Leitura (1Jo 4,7-16)

Primeira Leitura (1Jo 4,7-16)

Leitura da Primeira Carta de São João.

7Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama, não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor.

9Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados. 11Caríssimos, se Deus nos amou assim, nós também devemos amar-nos uns aos outros. 12Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado entre nós. 13A prova de que permanecemos com ele, e ele conosco, é que ele nos deu o seu Espírito. 14E nós vimos, e damos testemunho, que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. 15Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece com ele, e ele com Deus. 16E nós conhecemos o amor que Deus tem para co­nosco, e acreditamos nele. Deus é amor: quem permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece com ele.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Responsório

Responsório Sl 33(34),2-3.4-5.6-7.8-9.10-11 (R. 2a ou 9a)

— Provai e vede quão suave é o Senhor!

— Provai e vede quão suave é o Senhor!

— Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem!

— Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, e de todos os temores me livrou.

— Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda a angústia.

— O anjo do Senhor vem acampar ao redor dos que o temem, e os salva. Provai e vede quão suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!

— Respeitai o Senhor Deus, seus santos todos, porque nada faltará aos que o temem. Os ricos empobrecem, passam fome, mas aos que buscam o Senhor não falta nada.

Evangelho (Jo 11,19-27)

Evangelho (Jo 11,19-27)

— Aleluia, Aleluia, Aleluia.

— Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue, não caminha entre as trevas, mas terá a luz da vida. (Jo 8,12)

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 19muitos judeus tinham vindo à casa de Marta e Maria para as consolar por causa do irmão. 20Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa.

21Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. 22Mas mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá”. 23Respondeu-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”. 24Disse Marta: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”. 25Então Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. 26E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês isto?” 27Respondeu ela: “Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Messias, o Filho de Deus, que devia vir ao mundo”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

Ou (escolhe-se um dos Evangelhos)

Evangelho (Lc 10,38-42)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 38Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa. 39Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e escutava a sua palavra. 40Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres. Ela aproximou-se e disse: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha, com todo o serviço? Manda que ela me venha ajudar!”.

41O Senhor, porém, lhe respondeu: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. 42Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

Valorize o dom valioso da amizade com Deus

“Naquele tempo, muitos judeus tinham vindo à casa de Marta e Maria para as consolar por causa do irmão. Quando Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada em casa”. (João 11,19-20)

Meus irmãos e minhas irmãs, hoje, 29 de julho, celebramos a Festa destes três irmãos: Santa Marta, Maria e Lázaro. Até mesmo um pedido do Papa Francisco, justamente, de incluir Lázaro nesta Festa e celebrar os três irmãos, os santos amigos de Jesus.

E, hoje, podemos contemplar esses três relacionamentos que o Filho de Deus estabeleceu nessa terra, e para toda a eternidade, que foram importantes e que colaboraram também na caminhada de Jesus, no cumprimento da vontade de Deus.

Três irmãos diferentes um do outro, muito diferentes! Marta muito ativa, muito ligada aos afazeres, às coisas; uma capacidade enorme de demonstrar amor através de atos concretos. Marta era aquela que, justamente, demonstrava amor fazendo, colocando os seus dons a serviço.

Maria mais contemplativa, demonstrava o seu amor através da escuta, certamente, era uma amiga que gostava muito de escutar Jesus, as partilhas d’Ele.

A amizade é uma das riquezas do relacionamento humano, é uma riqueza para a nossa caminhada espiritual

E Lázaro o mais frágil, não só pela realidade física, mas quando nós ouvimos o relato, por exemplo, da ressurreição de Lázaro, Jesus tem que dizer: “Lázaro, venha para fora”, tem que pedir que alguém desate aquelas faixas onde ele estava enrolado. Certamente, tinha uma estrutura emocional um pouco mais frágil.

Três pessoas diferentes, mas foram essas pessoas com quem Jesus conviveu intimamente. E aqui nós também podemos deduzir que a amizade é um grande dom de Deus!

Cada amigo tem a sua característica marcante, cada amigo tem uma forma de se expressar, por isso que a amizade é uma das riquezas do relacionamento humano, é uma riqueza para a nossa caminhada espiritual.

Cada amigo ama de uma forma diferente. Como eu falei dos três: cada um tinha um modo de expressar o seu amor por Jesus, cada um tinha um jeito de se relacionar com Ele. Porque, na verdade, cada amigo que a gente tem, revela um aspecto do amor de Cristo.

Hoje, fazemos então um louvor a Deus por essas pessoas que fazem parte da nossa vida e da nossa história, que Deus colocou no nosso caminho, em circunstâncias da nossa vida. Uns há pouco tempo, outros há mais tempo, mas isso também não faz diferença, porque o que conta é esse nível de intimidade, esse nível de relacionamento e se existe essa relação bonita de reciprocidade.

Porque Jesus, certamente, dava-se a conhecer e conhecia os Seus amigos, era amado por eles e amava profundamente os Seus amigos. Esse é o dom da amizade que nós celebramos hoje, na Festa destes três santos: Santa Marta, Santa Maria e São Lázaro.

Sobre vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

 

Padre Donizete Ferreira

Sacerdote da

Santos Marta, Maria e Lázaro, amigos de Jesus

Amizade com Jesus

Lázaro e suas duas irmãs, Marta e Maria, eram amigos fraternos de Jesus de Nazaré. Viviam em Betânia, a cerca de três milhas de Jerusalém, e Jesus, muitas vezes, se hospedava na casa deles. A amizade entre Jesus e Lázaro é testemunhada pelas palavras com as quais Maria e Marta tinham mandado dizer-lhe para visitar o irmão doente: “Senhor, aquele que amas está enfermo”. E ainda, depois, com a chegada de Jesus, aparentemente tarde demais para salvá-lo: “Senhor, se tivesses vindo aqui – disse Marta – meu irmão não teria morrido”. As testemunhas do episódio, percebendo a perturbação e as lágrimas de Jesus diante do sepulcro fechado do amigo, murmuravam entre si: “Vejam como ele o amava…” (cf. Jo 11,3.21.36).

Maria e Marta para o Papa Francisco

Marta pode ser comparada àqueles muitos cristãos “que, sim, vão à missa aos domingos, mas estão sempre ocupados”, têm muito o que fazer e não param para ouvir a palavra de Deus.” “A estes carecem de contemplação – afirma o Papa na Missa celebrada em Santa Marta no dia 9 de outubro de 2018. Faltava isso a Marta (…) perder tempo olhando para o Senhor”. Maria, por outro lado, “olhou para o Senhor, porque o Senhor tocou o coração dela; e daí, por inspiração do Senhor, é de onde vem o trabalho que deve ser feito depois”.

E é novamente sobre Maria que Francisco centra a sua reflexão no Angelus de 21 de julho de 2019. “Deixe o que estava fazendo para ficar perto de Jesus – diz o Papa sobre ela -, ela não quer perder nenhuma de suas palavras. Tudo deve ser posto de lado – continua Francisco -, porque, quando ele vem nos visitar em nossa vida, Sua presença e Sua palavra vêm antes de tudo. O Senhor sempre nos surpreende: quando o ouvimos realmente, as nuvens se dissipam, as dúvidas dão lugar à verdade, os medos à serenidade e as diferentes situações da vida encontram o lugar certo”.

E sobre a vida cotidiana, o Pontífice argumenta: “Trata-se de fazer uma pausa durante o dia, de reunir-se em silêncio, por alguns minutos, para dar lugar ao Senhor que ‘passa’, e encontrar a coragem de ficar um tempo separado com ele, para depois voltar, com serenidade e eficácia, às coisas cotidianas”. Por isso, para Francisco, “elogiando o comportamento de Maria, que ‘escolheu a melhor parte’, Jesus parece repetir a cada um de nós: para realizar bem as tarefas que a vida lhe atribui’”. No entanto, mesmo Marta deve ser imitada. Para o Papa, “esta mulher tinha o carisma da hospitalidade”, por isso, seguindo o seu exemplo, devemos “assegurar que, nas nossas famílias e nas nossas comunidades, seja vivido o sentido do acolhimento, da fraternidade, para que todos possam sentir-se ’em casa’, sobretudo os pequenos e os pobres quando batem à porta”.

Marta e Maria, então, indicam o caminho, continua Francisco, e por isso é necessário combinar suas duas atitudes: “por um lado, ‘de pé aos pés’ de Jesus, para ouvi-lo enquanto ele revela o segredo de tudo para nós; por outro lado, estar atentos e prontos na hospitalidade, quando Ele passar e bater a nossa porta, com cara de amigo que precisa de um momento de refrigério e fraternidade”. Em todo caso, pela sua louvável dedicação aos preparativos, para oferecer ao hóspede uma confortável permanência na sua casa, Marta é reconhecida pela Igreja como modelo de laboriosidade. Marta e Maria são, respectivamente, exemplos de ação e contemplação, de vida ativa e de vida de oração. Logo, ambos os aspectos jamais devem faltar em um cristão, tampouco contrapor-se, mas completar-se.

Fé na ressurreição

Marta deu-nos um grande testemunho de fé! Das palavras que dirigiu a Jesus, há quatro dias da morte do irmão Lázaro, emerge um credo total sem hesitação nem dúvida. Marta tem uma confiança ilimitada em Deus, mesmo diante daquilo que, aos homens, possa parecer impossível. «Marta, ouvindo que Jesus estava vindo, foi-lhe ao encontro. Maria ficou sentada em casa. Então, Marta disse a Jesus: “Senhor, se você estivesse aqui, meu irmão não teria morrido. Mas, também agora, sei que tudo o que pedir a Deus ele lhe concederá”.

Esta, por si só, é uma extraordinária profissão de fé! “Jesus lhe disse: Seu irmão há de ressuscitar. Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último Dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a Ressurreição e a Vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Você acredita nisso? Disse-lhe ela: Sim, Senhor, sei que você é o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo”» (Jo 11,20-27).

Eis a essência do cristianismo! Marta condensa toda sua fé na sua resposta, porque esta é a fé de todo fiel; uma simples resposta na qual cada cristão encontra o seu propósito de vida. O episódio da ressurreição de Lázaro, narrado apenas no Evangelho de São João, tem um valor profético e simbólico, porque preanuncia a Ressurreição de Cristo. A casa dos amigos de Betânia e o sepulcro vazio de Lázaro tornaram-se, logo, desde os primórdios do cristianismo, meta de peregrinações, às vésperas do Domingo de Ramos.

Testemunha e perseguição

A narração de São João prossegue dizendo que o episódio da ressurreição de Lázaro fez com que muitos dos presentes se convertessem e cressem em Jesus. Isso contribuiu para aumentar ainda mais o clima de suspeita e de ódio em relação a Jesus por parte dos Sumos Sacerdotes e Fariseus, que viam nele um perigoso subornador. Além do mais, quando Lázaro participou de um banquete, oferecido em honra de Jesus, haviam decidido matá-lo também, porque muita gente tinha acorrido para vê-lo, pois pensava-se que Ele, realmente, era o Filho de Deus.

A minha oração

Aos santos irmãos, pedimos a graça da amizade e da união em nossas famílias, para que, a exemplo uns dos outros, possamos ser santos, e nas diferenças de cada um realizarmos o Reino de Deus. Amém!

Santos Lázaro, Maria e Marta , rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 29 de Julho:

Em Gangra, na Paflagónia, hoje Çankiri, na Turquia, São Calínico, mártir. († s. II-III)

Na Via Portuense, a três milhas de Roma, no cemitério dedicado ao seu nome, São Félix, mártir. († s. III-IV)

Também em Roma, no cemitério de Generosa, os santos Simplício, Faustino, Viadora e Rufo, mártires. († s. III-IV)

Em Troyes, na Gália Lionense, na hodierna França, São Lopo, bispo. († c. 478)

Em Orleães, também na Gália Lionense, São Próspero, bispo. († s. V)

Em Tromdheim, na Noruega, Santo Olavo, mártir. († 1030)

Em Roma, o Beato Urbano II, papa. († 1099)

Em Saint-Brieuc, cidade da Bretanha Menor, região da atual França, São Guilherme Pinchon, bispo. († 1234)

Em Omura, no Japão, os beatos mártires Luís Bertran, presbítero da Ordem dos Pregadores, Mâncio da Santa Cruz e Pedro de Santa Maria. († 1627)

Num barco-prisão, na França, o Beato Carlos Nicolau António Ancel, presbítero da Congregação de Jesus e Maria e mártir. († 1794)

Em Qingyan, província da China, os santos mártires José Zhang Wenlan, Paulo Chen Changpin, alunos do seminário, João Baptista Lou Tingyin, administrador do seminário, e Marta Wang Louzhi, viúva. († 1861)

Em La Musse, na Bretanha, região da França, São Luís Martin, pai de Santa Teresa do Menino Jesus. († 1894)

Em Esplugues,, na Espanha, o Beato João Baptista Egozcuezábal Aldaz, da Ordem de São João de Deus e mártir. († 1936)

Em Calanda,  também na Espanha, os beatos Lúcio Martínez Mancebo, presbítero da Ordem dos Pregadores, e companheiros mártires. († 1936)

Em Valência, também na Espanha, o Beato José de Calasanz Marqués, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)

Em Clot dels Aubins, na Espanha, os beatos Ângelo Maria Prat Hostench, presbítero da Ordem dos Carmelitas Descalços e companheiros. († 1936)

Fontes:

Martirológio Romano – liturgia.pt

Liturgia das Horas

vatican.va e vaticannews.va

Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aquino [Cléofas 2007]

– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nov