Primeira Leitura (Êx 32,7-14)

Primeira Leitura (Êx 32,7-14)

Leitura do Livro do Êxodo.

Naqueles dias, 7o Senhor falou a Moisés: “Vai, desce, pois corrompeu-se o teu povo, que tiraste da terra do Egito. 8Bem depressa desviaram-se do caminho que lhes prescrevi. Fizeram para si um bezerro de metal fundido, inclinaram-se em adoração diante dele e ofereceram-lhe sacrifícios, dizendo: ‘Estes são os teus deuses, Israel, que te fizeram sair do Egito!’”

9E o Senhor disse ainda a Moisés: “Vejo que este é um povo de cabeça dura. 10Deixa que minha cólera se inflame contra eles e que eu os extermine. Mas de ti farei uma grande nação”. 11Moisés, porém, suplicava ao Senhor seu Deus, dizendo: “Por que, ó Senhor, se inflama a tua cólera contra teu povo, que fizeste sair do Egito com grande poder e mão forte? 12Não permitais, te peço, que os egípcios digam: ‘Foi com má intenção que ele os tirou, para fazê-los perecer nas montanhas e exterminá-los da face da terra’. Aplaque-se a tua ira e perdoa a iniquidade do teu povo.

13Lembra-te de teus servos Abraão, Isaac e Israel, com os quais te comprometeste por juramento, dizendo: ‘Tornarei os vossos descendentes tão numerosos quanto as estrelas do céu; e toda esta terra de que vos falei, eu a darei aos vossos descendentes como herança para sempre”’. 14E o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer a seu povo.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Responsório (Sl 105)

Responsório (Sl 105)

— Lembrai-vos de nós, ó Senhor, segundo o amor para com vosso povo!

— Lembrai-vos de nós, ó Senhor, segundo o amor para com vosso povo!

— Construíram um bezerro no Horeb e adoraram uma estátua de metal; eles trocaram o seu Deus, que é sua glória, pela imagem de um boi que come feno.

— Esqueceram-se do Deus que os salvara, que fizera maravilhas no Egito; no país de Cam fez tantas obras admiráveis, no Mar Vermelho, tantas coisas assombrosas.

— Até pensava em acabar com sua raça, se não tivesse Moisés, o seu eleito, interposto, intercedendo junto a ele, para impedir que sua ira os destruísse.

Evangelho (Jo 5,31-47)

Evangelho (Jo 5,31-47)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 31“Se eu der testemunho de mim mesmo, meu testemunho não vale. 32Mas há um outro que dá testemunho de mim, e eu sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro.

33Vós mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. 34Eu, porém, não dependo do testemunho de um ser humano. Mas falo assim para a vossa salvação. 35João era uma lâmpada que estava acesa e a brilhar, e vós com prazer vos alegrastes por um tempo com sua luz.

36Mas eu tenho um testemunho maior que o de João; as obras que o Pai me concedeu realizar. As obras que eu faço dão testemunho de mim, mostrando que o Pai me enviou. 37E também o Pai que me enviou dá testemunho a meu favor. Vós nunca ouvistes sua voz, nem vistes sua face, 38e sua palavra não encontrou morada em vós, pois não acreditais naquele que ele enviou.

39Vós examinais as Escrituras, pensando que nelas possuís a vida eterna. No entanto, as Escrituras dão testemunho de mim, 40mas não quereis vir a mim para ter a vida eterna! 41Eu não recebo a glória que vem dos homens. 42Mas eu sei que não tendes em vós o amor de Deus. 43Eu vim em nome do meu Pai, e vós não me recebeis. Mas, se um outro viesse em seu próprio nome, a este vós o receberíeis.

44Como podereis acreditar, vós que recebeis glória uns dos outros e não buscais a glória que vem do único Deus? 45Não penseis que eu vos acusarei diante do Pai. Há alguém que vos acusa: Moisés, no qual colocais a vossa esperança. 46Se acre­ditásseis em Moisés, também acreditaríeis em mim, pois foi a respeito de mim que ele escreveu. 47Mas se não acreditais nos seus escritos, como acreditareis então nas minhas palavras?”

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

Seja capaz de testemunhar o seu amor pelo Pai

“Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: ‘Se eu der testemunho de mim mesmo, meu testemunho não vale. Mas há um outro que dá testemunho de mim, e eu sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro’” (João 5,31-32).

A Palavra de Deus, nesse dia de hoje, finalizando esse mês de março, fala-nos do testemunho. O testemunho que o Pai dá sobre o próprio Filho, testemunho que o Filho dá a respeito do Pai.

Veja, o testemunho é a transmissão de uma verdade. Sabemos que: muitas pessoas testemunharam a graça de Deus, e isso chegou até nós, por isso, o testemunho tem estas duas dimensões: o meu testemunho de mim para alguém e o testemunho de alguém para mim. Foi o que Jesus fez. E o que Jesus nos testemunha? Qual foi o legado que Jesus deixou para nós? O que Jesus insistiu tanto? O que Jesus teve de fazer para dar a cada um de nós esse testemunho? Ele teve de dar a própria vida para nos lembrar que temos um Pai.

Este foi o testemunho que Jesus deixou para nós: existe um Pai que me ama, existe um Pai que me perdoa, existe um Pai que me acolhe, existe um Pai que está ao meu lado, que se debruça em amor constantemente sobre a minha vida. Esse é o testemunho de Jesus porque Ele mesmo recebeu isso.

Jesus, no seio da Santíssima Trindade, na união de amor do Pai e do Espírito Santo, recebeu esse testemunho de amor. Por isso, quando Ele se encarna, o coração de Cristo estava pleno desse testemunho de amor. O que Jesus fazia constantemente era apenas nos transmitir isso; transmitir que nós temos um Pai. E como eu disse: qual foi o preço desse testemunho? O processo que levou Jesus até para morte.

Só Deus pode ser testemunha do amor do Filho e só o Filho pode ser testemunha do amor do Pai

No Evangelho de hoje começa a narração do processo de Jesus até a Sua condenação no Alto da Cruz. O preço do testemunho de Jesus foi a Sua vida. Qual é o preço que você está disposto a pagar para testemunhar Jesus Cristo na sua vida? Pergunto: qual é o preço que você já está pagando por testemunhar que Jesus Cristo é o Senhor? Que você tem um Pai do Céu que te ama? Qual é o preço que você tem pagado para poder testemunhar isso?

No Evangelho, Jesus fala de um outro, que é essa testemunha fiel que diz sobre Ele, Jesus fala desse outro. É a primeira vez que aparece, no Evangelho, Jesus chamando Deus assim: “Um outro dá testemunho de mim”, porque Jesus não faz nada sozinho, Ele apela para Deus, pois só Deus pode ser testemunha do amor do Filho; e só o Filho pode ser testemunha do amor do Pai.

Então, na nossa vida, também não podemos testemunhar sozinhos. Nunca! Existe o outro que dá testemunho de nós, existe o outro que é Cristo, que já deu testemunho a nosso respeito diante do Pai do Céu.

Pense você: diante do Pai do Céu, Jesus afirmou a sua existência, Jesus afirmou a sua vida; e também permitiu que você fosse amado pelo Pai do Céu porque Ele deu testemunho a nosso favor. Então, não meça esforços, não volte atrás, não deixe de testemunhar nas pequenas coisas da sua vida, não pense em grandes coisas, não pense numa perseguição, numa morte, mas pense agora nas pequeninas coisas do seu dia a dia, onde você pode testemunhar a verdade, a justiça, a retidão, uma vida digna, uma vida santa, testemunhando o nome de Jesus.

Que a graça de Deus nos encoraje a esse testemunho, porque nós temos um Pai que nos ama, nós temos Jesus que nos salvou.

Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

 

Padre Donizete Ferreira

Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

Com

São Benjamim, o santo torturado com farpas embaixo das unhas

Jovem mártir [394 – 424]

Origem

Nasceu na Pérsia no ano 394. E, logo que evangelizado, engajou-se na igreja e descobriu a sua vocação ao diaconato. “Para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fl 1,21). Jovem mártir da igreja, São Benjamim encarnou na vida as palavras do apóstolo Paulo aos filipenses, dando a sua vida pelo evangelho e conversão das almas.

Vida

Naquela época, tensões políticas e religiosas, entre o rei persa e o domínio romano, desencadearam numa grande perseguição aos cristãos que durou cerca de três anos. O diácono Benjamim, cuja atividade e influência desagradaram ao rei Isdeberg, foi espancado e preso!

Ardor apostólico

Benjamim era um jovem com muito ardor apostólico e amor pelas almas. Exímio pregador, falava com eloquência levando muitos a se converterem, inclusive sacerdotes persa de uma seita pagã. Durante o período de um ano de encarceramento, dedicou-se à oração, à meditação e à escrita.

Santidade e martírio

Do lado de fora da prisão, ocorriam negociações para restabelecer a paz entre o rei persa e o embaixador de Roma. O embaixador pediu a liberdade de Benjamim. O rei consentiu, mas impôs a condição do diácono prometer não voltar a exercer o seu ministério entre os magos e sacerdotes da religião persa. Benjamim declarou que nunca fecharia aos homens as fontes da graça divina, nem deixaria de fazer brilhar diante dos seus olhos a verdadeira luz – disse ainda: “de outra forma, eu próprio incorreria nos castigos que o Mestre reserva aos servos que enterram o seu talento”. Mesmo assim, foi posto em liberdade sob fiança do embaixador romano.

Com a alegria singular daqueles que fazem o encontro pessoal com Jesus, Benjamim, agora em liberdade, rapidamente colocou-se a servir o Senhor e a anunciar o evangelho. Muitos sinais foram realizados por meio dele: cegos voltaram a ver, leprosos foram curados e muitas pessoas se converteram.

Logo que Isdeberg, o rei persa, ficou sabendo das atividades de Benjamim, ele o intimou para estar na presença dele e, desta vez, ordenou-lhe que adorasse o sol e o fogo. O diácono respondeu: “faz de mim o que quiseres, mas eu nunca renegarei o Criador do Céu e da terra, para prestar culto a criaturas perecedouras”. E, corajosamente, confrontou o rei indagando: “Que juízo farias de um súdito que prestasse a outros senhores a fidelidade que te é devida a ti?”.

Farpas embaixo das unhas

Furioso, Isdeberg ordenou que o torturassem em lugar público e, enquanto enfiavam farpas embaixo das unhas e em outras partes sensíveis do corpo, o impeliam a negar a sua fé. Como persistiu em não negar a Cristo, aplicaram-lhe o suplício da empalação. Por volta do ano 424, morre São Benjamim, martirizado por anunciar e testemunhar Cristo.

A minha oração

“Senhor Jesus, aos 30 anos Benjamim teve a coragem de sofrer e morrer por Ti. Dá-me essa graça, se preciso for. Amém.”

São Benjamim, rogai por nós!

Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 31 de março:

Santa Balbina, cuja basílica no monte Aventino testemunha a veneração do seu nome. († a. 595)

Santo Agilolfo, bispo, ilustre pela sua pregação e santidade de vida, na Alemanha († 751/752)

São Guido, abade do mosteiro de Pomposa, que, depois de ter recebido muitos discípulos e construído edifícios sagrados, se consagrou inteiramente à oração, à contemplação e ao culto divino, na Itália († 1046)

Beata Joana, virgem da Ordem das Carmelitas, na França († s. XIV)

Beato Boaventura de Forli, presbítero da Ordem dos Servos de Maria, que, pregando em diversas regiões da Itália, exortou o povo à penitência e morreu octogenário durante uma pregação quaresmal, na Itália († 1491)

Beato Cristóvão Robinson, presbítero e mártir, que foi testemunha do martírio de São João Boste, na Inglaterra. († 1597)

Beata Natália Tulasiewicz, mártir, que, durante a ocupação militar da Polônia, sua pátria, foi encerrada num campo de concentração, na Alemanha († 1945)

Fontes:

calendarr.com – Carlendário Português

tendadosenhor.com.br

vaticannews.va

Martirológio Romano

Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]

– Pesquisa: João Paulo de Queiroz – Comunidade Canção Nova – Natal (RN)

– Produção e edição: Fernando Fantini – Comunidade Canção Nov

Primeira Leitura (Is 49,8-15)

Primeira Leitura (Is 49,8-15)

Leitura do Livro do Profeta Isaías.

8Isto diz o Senhor: “Eu atendo teus pedidos com favores e te ajudo na obra de salvação; preservei-te para seres elo de aliança entre os povos, para restaurar a terra, para distribuir a herança dispersa; 9para dizer aos que estão presos: ‘Saí!’ e aos que estão nas trevas: ‘Mostrai-vos’. E todos se alimentam pelas estradas e até nas colinas estéreis se abastecem; 10não sentem fome nem sede, não os castiga nem o calor nem o sol, porque o seu protetor toma conta deles e os conduz às fontes d’água.

11Farei de todos os montes uma estrada e os meus caminhos serão nivelados. 12Eis que estão vindo de longe, uns chegam do Norte e do lado do mar, e outros, da terra de Sinim”.

13Louvai, ó céus, alegra-te, terra; montanhas, fazei ressoar o louvor, porque o Senhor consola o seu povo e se compadece dos pobres. 14Disse Sião: “O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-se de mim!” 15Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém não me esquecerei de ti.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Responsório (Sl 144)

Responsório (Sl 144)

— Misericórdia e piedade é o Senhor.

— Misericórdia e piedade é o Senhor.

— Misericórdia e piedade é o Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é muito bom para com todos, sua ternura abraça toda criatura.

— O Senhor é amor fiel em sua palavra, é santidade em toda obra que ele faz. Ele sustenta todo aquele que vacila e levanta todo aquele que tombou.

— É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda obra que ele faz. Ele está perto da pessoa que o invoca, de todo aquele que o invoca lealmente.

Evangelho (Jo 5,17-30)

Evangelho (Jo 5,17-30)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 17Jesus respondeu aos judeus: “Meu Pai trabalha sempre, portanto também eu trabalho”. 18Então, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque, além de violar o sábado, chamava Deus o seu Pai, fazendo-se, assim, igual a Deus.

19Tomando a palavra, Jesus disse aos judeus: “Em verdade, em verdade vos digo, o Filho não pode fazer nada por si mesmo; ele faz apenas o que vê o Pai fazer. O que o Pai faz, o Filho o faz também. 20O Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que ele mesmo faz. E lhe mostrará obras maiores ainda, de modo que ficareis admirados.

21Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, o Filho também dá a vida a quem ele quer. 22De fato, o Pai não julga ninguém, mas ele deu ao Filho o poder de julgar, 23para que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai. Quem não honra o Filho, também não honra o Pai que o enviou.

24Em verdade, em verdade vos digo, quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, possui a vida eterna. Não será condenado, pois já passou da morte para a vida. 25Em verdade, em verdade, eu vos digo: está chegando a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem viverão.

26Porque, assim como o Pai possui a vida em si mesmo, do mesmo modo concedeu ao Filho possuir a vida em si mesmo. 27Além disso, deu-lhe o poder de julgar, pois ele é o Filho do Homem. 28Não fiqueis admirados com isso, porque vai chegar a hora em que todos os que estão nos túmulos ouvirão a voz do Filho e sairão: 29aqueles que fizeram o bem, ressuscitarão para a vida; e aqueles que praticaram o mal, para a condenação.

30Eu não posso fazer nada por mim mesmo. Eu julgo conforme o que escuto, e meu julgamento é justo, porque não procuro fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

Viva plenamente a experiência de amor com o Pai

“Naquele tempo, Jesus respondeu aos judeus: ‘Meu Pai trabalha sempre, portanto também eu trabalho’. Então, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque, além de violar o sábado, chamava Deus o seu Pai, fazendo-se, assim, igual a Deus. Tomando a palavra, Jesus disse aos judeus: ‘Em verdade, em verdade vos digo, o Filho não pode fazer nada por si mesmo; ele faz apenas o que vê o Pai fazer. O que o Pai faz, o Filho o faz também. O Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que ele mesmo faz” (João 5,17-20).

Que belo esse texto da comunhão de Jesus com o Pai! Que beleza poder tocar nesta intimidade de Jesus com o Pai e, definitivamente, aprender também a ser íntimo d’Ele. O que esse tempo quaresmal quer fazer com cada um de nós é nos colocar nessa dinâmica de intimidade pela oração, pela caridade, pelo jejum, pelas práticas de piedade, obras de misericórdia que nós vivemos.

Vamos aprendendo do coração de Deus, vamos aprendendo do coração de Cristo essa intimidade. As obras de piedade precisam nos levar a essa intimidade com Deus. Não fazemos a caridade simplesmente para uma autossatisfação do nosso “eu”, para dizer que somos caridosos. Não! Fazemos caridade para nos tornar mais íntimos de Deus, para nos tornar mais parecidos com o Pai. E essa intimidade de Jesus com o Pai, vejam as palavras de Jesus: o Pai trabalha, eu também trabalho; o Pai faz, eu também faço; o Pai me ama e eu também O amo. Expressões que falam dessa intimidade de Jesus, mas que provocaram muita inveja e muita raiva no coração dos escribas e dos mestres da Lei.

Isso aqui não é de hoje, isso aqui não foi de dois mil anos atrás, isso aqui é desde Caim e Abel, aquela inveja de Caim em relação ao seu irmão Abel, porque Deus havia colocado os olhos na oferta de Abel. Essa inveja e essa raiva que nutre o coração desses homens não pode estar em nosso coração.

Jesus quer que todos nós entremos nessa dinâmica de intimidade com o amor do Pai

É o amor do Pai que nutria o coração de Jesus, e é o amor que precisa nutrir o nosso coração! O nosso coração não pode se alimentar de raiva, de inveja, de ciúme, de discórdia. Precisamos agir em comunhão com o Pai, tendo também no nosso coração os mesmos sentimentos de Cristo.

Jesus afirmou: “O Pai trabalha sempre e eu também”. Veja, o amor operativo unia os dois, o Pai do Céu que se debruçava em amor pela humanidade, o Filho que assumiu a nossa condição humana se debruçava em amor pela humanidade. O que Jesus quer não é provocar inveja ou ciúmes nos nossos corações por causa da relação d’Ele com o Pai do Céu, mas Jesus quer que todos nós entremos nessa dinâmica de intimidade com o amor do Pai, quer que todos nós experimentemos.

Ele estava apenas nos ensinando que tudo o que nós fizermos, como agimos neste mundo, a forma como agimos precisa ter o Pai como ponto de apoio, é a nossa relação com o Pai do Céu que determina todas as nossas atitudes.

Hoje, o que você puder fazer para se tornar mais parecido com o coração de Cristo, faça! O que Deus suscitar no seu coração para que você realize, hoje, uma obra de caridade, um gesto de amor para com alguém, faça, compreendendo que, neste gesto, você se assemelha mais ao coração de Cristo, e você se torna mais íntimo do coração do Pai. Essa é a alegria da nossa vida: viver plenamente a experiência do amor do Pai.

Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

 

Padre Donizete Ferreira

Sacerdote da Comunidade Canção Nova.

Com

São João Clímaco, em seu escondimento, atraiu tantos para Cristo

Abade [525 – 606]

Seu berço

João nasceu na Síria em 579. Desde criança, demonstrou ser bem inteligente. Teve boa formação cristã e também literária. De família nobre e rica, com um futuro promissor na sociedade, ele preferia a simplicidade e a oração. Assim, aos 16 anos, sentiu-se chamado para a vida monástica eremítica.

Em busca do Monte Sinai

Foi para o Monte Sinai, onde havia vários mosteiros com comunidades monásticas vivas. No Monte Sinai, João se fez discípulo de um dos mestres mais conhecidos que habitava o mosteiro mais famoso da região. O mestre era conhecido como o ancião e venerável Raiuthi. No mosteiro, João destacou-se pelo amor à oração, aos sacrifícios, ao trabalho pesado e aos estudos.

Seriedade na vocação

João levou muito a sério o seu chamado para a vida monástica e sua vocação para uma vida reclusa, dedicada à oração, à solidão e à ascese. E era isso que João buscava, por meio da vida simples no mosteiro. Ele só saia das dependências do mosteiro quando precisava colher frutas, raízes e outros alimentos para si e para os monges. Além disso, ele só se encontrava com os outros monges nos finais de semana, quando faziam orações e celebrações coletivas.

Contexto histórico

No século IV, as perseguições dos romanos contra os cristãos tinham terminado. Ao mesmo tempo, inúmeros mosteiros muito simples tinham sido construídos na região do Monte Sinai por muitos monges, que buscavam a vida de oração e de contemplação. Na época, esses mosteiros ficaram famosos por causa da hospitalidade dedicada aos peregrinos e pelas bibliotecas que guardavam manuscritos valiosos. Nesse ambiente, São João Clímaco viveu e atuou, tornando-se o maior dentre os monges que habitavam o Monte Sinai, o local onde Deus entregou a Moisés as Tábuas da Lei.

Conhecido no escondimento

Disse Jesus que “Não se acende uma lâmpada para colocá-la em baixo da mesa”. E isso aconteceu com São João Clímaco. Mesmo estando “escondido” no mosteiro procurando a solidão, os monges e, depois, o povo, o descobriram. Todos começaram a procurá-lo para pedir conselhos e orientação espiritual quando souberam que tratava-se de um homem santo e sábio. Assim, sua fama se espalhou. O povo atravessava o deserto para ouvi-lo, aprender com ele e pedir conselhos, bênçãos e orações.

Abade geral

Quando completou sessenta anos, São João Clímaco foi eleito unanimemente como o abade geral de todos os monges e eremitas que habitavam a serra onde se encontra o Monte Sinai.

Como abade, São João Clímaco escreveu bastante. Porém, apenas um livro seu se conservou. Trata-se de um livro importantíssimo e famoso, que alcançou grande divulgação na Idade Média. O livro é intitulado “Escada do Paraíso”. Foi por causa deste livro que São João recebeu o apelido de Clímaco. Trata-se de uma expressão grega que significa “aquele da escada”.

Escada do Paraíso

Neste livro, São João Clímaco apresenta trinta degraus para subir até alcançar o estado de perfeição da alma. É como se fosse um manual. Nele, é apresentada toda a doutrina monástica, tanto para os noviços quanto para os monges. São João Clímaco descreve no livro “degrau por degrau”, mostrando as dificuldades que virão, como superá-las e a felicidade do Paraíso, que será alcançada no fim da escada, depois da morte, que é a passagem para a eternidade junto com Nosso Senhor Jesus.

Entrada no paraíso

São João Clímaco faleceu no dia 30 de março de 649. Faleceu como exemplo de vida, amado, venerado e admirado por todos os cristãos, tanto os do Oriente quanto os do Ocidente. Logo após sua morte, passou a ser celebrado pelos cristãos, no mesmo dia de sua morte, ou seja, de sua entrada no paraíso.

A minha oração

“Senhor Jesus, em meio a tantos barulhos e sentimentos, que eu e minha família consigamos encontrar o mais importante: a Sua vontade e Sua presença. Dá-nos essa graça. Amém.”

São João Clímaco, rogai por nós!

Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 30 de março:

São Segundo, mártir, na Itália († data inc.)

São Senhorinho, mártir, na atual Grécia († s. IV)

São Régulo, bispo, na atual França († s. IV)

Muitos santos mártires, que, em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, no tempo do imperador Constâncio, por ordem do bispo ariano Macedónio, foram mandados para o exílio e torturados com inauditos tormentos.(† s. IV)

São Zósimo, bispo, que foi primeiramente o humilde guarda do túmulo de Santa Luzia e depois abade no mosteiro desta localidade, na Sicília, região da Itália († c. 600)

Santa Osburga, primeira abadessa do mosteiro na Inglaterra († c. 1018)

São Clínio, abade, na Itália († d. 1030)

São Pedro Regalado de Valladolid, presbítero da Ordem dos Menores, na Espanha († 1456)

Beato Amadeu IX, duque de Sabóia, que no seu governo promoveu por todos os meios a paz e favoreceu com seus bens e ardente zelo a causa dos pobres, das viúvas e dos órfãos, na Itália († 1472)

Santos mártires António Daveluy, bispo, Pedro Aumaître, Martinho Lucas Huin, presbíteros, José Chang Chu-gi, Tomé Son Cha-son e Lucas Hwang Sok-tu, catequistas, que pela fé em Cristo morreram decapitados, na Coreia († 1866)

São Luís de Casória (Arcângelo Palmentiéri), presbítero da Ordem dos Frades Menores, que fundou duas congregações: os Irmãos da Caridade e as Irmãs Franciscanas de Santa Isabel, em Nápoles, na Itália († 1885)

São Leonardo Murialdo, presbítero, que fundou a piedosa Sociedade de São José, para que as crianças abandonadas pudessem sentir os efeitos da fé e caridade cristãs, em Turim, na Itália († 1900)

São Júlio Álvarez, presbítero e mártir, que, durante a perseguição religiosa, com o derramamento do seu sangue deu testemunho da fidelidade a Cristo e à sua Igreja, no México († 1927)

Beata Maria Restituta (Helena Kafka), virgem da Congregação das Irmãs Franciscanas da Caridade Cristã e mártir, na Áustria († 1943)

Fontes:

vaticannews.va

Martirológio Romano

cruzterrasanta.com.br

– Redação: Fernando Fantini – Comunidade Canção Nova