Segunda Leitura (Rm 4,13.16-18.22)

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos.

Irmãos,13 Não foi por causa da Lei, mas por causa da justiça que vem da fé, que Deus prometeu o mundo como herança a Abraão ou à sua descendência. 16 É em virtude da fé que alguém se torna herdeiro. Logo, a condição de herdeiro é uma graça, um dom gratuito, e a promessa de Deus continua valendo para toda a descendência de Abraão, tanto para a descendência que se apega à Lei, quanto para a que se apoia somente na fé de Abraão, que é o pai de todos nós. 17 Pois está escrito: “Eu fiz de ti pai de muitos povos”. Ele é pai diante de Deus, porque creu em Deus que vivifica os mortos e faz existir o que antes não existia. 18 Contra toda a humana esperança, ele firmou-se na esperança e na fé. Assim, tornou-se pai de muitos povos, conforme lhe fora dito: “Assim será a tua posteridade”. 22 Esta sua atitude de fé lhe foi creditada como justiça.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Primeira Leitura (2Sm 7,4-5a.12-14a.16)

Leitura do Segundo Livro de Samuel.

Naqueles dias, 4a Palavra do Senhor foi dirigida a Natã nestes termos: 5a “Vai dizer ao meu servo Davi: ‘Assim fala o Senhor: 12 Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza. 13 Será ele que construirá uma casa para o meu nome, e eu firmarei para sempre o seu trono real. 14a Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. 16 Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre'”.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

Responsório Sl 88(89),2-3.4-5.27 e 29 (R. 37)

— Eis que a sua descendência durará eternamente.

— Eis que a sua descendência durará eternamente.

— Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” E a vossa lealdade é tão firme como os céus.

— “Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor. Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, de geração em geração garantirei o teu reinado!”

— Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai, sois meu Deus, sois meu Rochedo onde encontro a salvação!’ Guardarei eternamente para ele a minha graça e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel.

Evangelho (Mt 1,16.18-21.24a)

Evangelho (Mt 1,16.18-21.24a)

 

— Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo, Palavra de Deus!

— Felizes os que habitam vossa casa, para sempre eles hão de vos louvar! (Sl 83(84),5)

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.

Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 18 A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19 José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. 20Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. 24a Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor!

Ou (Escolhe-se um dos Evangelhos)

Evangelho (Lc 2,41-51a)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor!

41 Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42 Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. 43 Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. 44 Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45 Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. 46 Três dias depois, o encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. 47 Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. 48 Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”.

49 Jesus respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” 50 Eles, porém, não compreenderam as Palavras que lhes dissera. 51a Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

Abra-se aos projetos de Deus como José fez

“Três dias depois, encontraram Jesus no templo, estava sentado no meio dos Mestres escutando e fazendo perguntas, todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas, ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: ‘Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos angustiados à tua procura’. Jesus respondeu: ‘Por que que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa do meu pai?’. Eles, porém, não compreenderam as palavras que Jesus dissera. Jesus desceu com seus pais para Nazaré e era obediente.”

Meus irmãos e minhas irmãs, hoje é solenidade de São José, uma celebração muito especial na vida da Igreja, este grande homem, personagem ilustre da nossa história de salvação. Certamente, pensar e falar de São José nos daria infinitas oportunidades de meditar sobre a sua pessoa, a sua missão, mesmo sem ele ter dito uma única palavra nos Evangelhos. Mas que bom que os Evangelhos dizem coisas preciosas sobre São José.

Eu quero ressaltar aqui, hoje, a extraordinária capacidade de São José de andar atrás de Deus. O que Deus fazia na vida desse homem é impressionante! Ele viveu, certamente, o que quero que Deus cresça e eu diminua. José morreu para si mesmo diversas vezes, seguindo não aquela lógica anulatória, mas uma lógica do amor, ele se anulou por amor, amor a Deus, amor a Virgem Maria e Amor a Jesus, o seu filho adotivo. José amou tudo aquilo que lhe aconteceu, José não praguejou aquilo que lhe aconteceu, José ressignificou os seus projetos pessoais para abraçar os projetos de Deus.

José era um homem justo, era um homem puro e santo

Um versículo do Evangelho de hoje me impressionou muito: ‘Não sabeis que devo estar na casa do meu pai?’. Vejam: o que é isso, senão uma espada de dor no coração de São José? Como é ouvir do próprio filho que ele tem uma outra casa, que ele tem um outro pai? José era um homem justo, era um homem puro, era um homem santo, mas José não era um anjo. O coração de São José deve ter sentido um baque fortíssimo ao escutar isso de Jesus.

Óbvio que o Evangelho completa tudo isso dizendo que Jesus era obediente aos seus pais. Certamente, Ele era motivo de muita alegria e de muito orgulho para São José, mas este teve que se recompor e entender a linda missão de um pai, de qualquer pai nesse mundo, ajudar o filho a encontrar a casa do Pai do Céu, ajudar o filho a chamar Deus de Pai, ajudar o filho a realizar a vontade de Deus acima de tudo, acima da própria vontade dos pais.

Salve, guardião do Redentor e esposo da Virgem Maria! A ti Deus confiou o seu Filho; em ti, Maria depositou a sua confiança; contigo, Cristo tornou-se homem. Ó Beato José, mostra-te pai também para nós e guiai-nos no caminho da vida. Obtemos graça, misericórdia e coragem, e defendei-nos de todo o mal.

Sobre você, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

 

Padre Donizete Heleno Ferreira

Padre Donizete Heleno Ferreira é Brasileiro, nasceu no dia 26/09/1980, em Rio Pomba, MG. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 200

São José e sua solenidade – o patrono da Igreja Universal

Origens

Solenidade de São José, esposo da Santíssima Virgem Maria, homem justo, da descendência de David, que exerceu a missão de pai do Filho de Deus, Jesus Cristo, que quis ser chamado filho de José, e Jesus foi submisso como um filho ao seu pai. A Igreja venera, com especial honra, como seu patrono aquele a quem o Senhor constituiu chefe da sua família.

Solenidade

Em 1870, o Papa Pio IX declarou José como patrono da Igreja Universal e instituiu outra festa, uma solenidade com uma oitava, a ser realizada em sua homenagem na quarta-feira, na segunda semana após a Páscoa. A festa de 1870 foi substituída no Calendário Romano Geral do Papa Pio XII, em 1955, pela Festa de “São José Operário”, a ser comemorada em 1º de maio. Essa data coincide com o Dia Internacional dos Trabalhadores, desde a década de 1890, e reflete o status de José como santo padroeiro dos trabalhadores.

Magistério

Em 1870, no Decreto QUEMADMODUM DEUS, o Papa Pio IX proclamou São José como Patrono da Igreja à Cidade e ao Mundo. Logo após, em 1871, o mesmo Papa, na INCLYTUM PATRIARCHAM, Carta Apostólica, concedeu as prerrogativas litúrgicas dos Patriarcas às festas de São José para Perpétua Memória. Em 1889, o Papa Leão XIII emitiu a encíclica Quamquam Pluries, em que pedia aos católicos que rezassem a São José, como patrono da Igreja, em vista dos desafios que a Igreja enfrenta.

São José e o Plano da Redenção

Cânon

Em 1989, por ocasião do centenário dos cultos de Quamquam Pluries, o Papa João Paulo II emitiu o Redemptoris Custos (Guardião do Redentor), que apresentava o papel de São José no plano de redenção, como parte dos “documentos de redenção” emitidos por João Paulo II. Em 1962, o Papa João XXIII inseriu o nome de José no cânon da missa, imediatamente após o da Virgem Maria. Em 2013, o Papa Francisco inseriu seu nome nas três outras orações eucarísticas.

Justo

A primeira definição de José, que encontramos no Evangelho de Mateus, é “homem justo”. Diante da inexplicável gravidez da sua noiva, não pensa no próprio orgulho ou na sua dignidade ferida: pelo contrário, pensa salvar Maria da malvadez das pessoas, da lapidação à qual podia ser condenada. Ele não quis repudiá-la publicamente, mas deixá-la em segredo. Porém, um Anjo veio sugerir-lhe a escolha mais justa de não ter medo. “Não temas receber a Maria, tua esposa, porque o que nela está gerado é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus”.

Obediente e íntimo dos Anjos

Um Anjo acompanha José nos momentos mais difíceis da sua vida; a sua atitude, diante das palavras do Mensageiro celeste, foi de confiante obediência: recebe Maria como sua esposa! E, depois do nascimento de Jesus, o Anjo volta a advertir-lhe sobre o perigo da perseguição de Herodes. Então, de noite, ele fugiu com a sua família para o Egito, um país estrangeiro. Ali, ele deveria começar tudo de novo e procurar um trabalho. E quando o Anjo volta, mais uma vez, para avisar-lhe da morte de Herodes, convidando-o a regressar para Israel, ele tomou consigo sua mulher e seu filho e se refugiou em Nazaré, na Galileia, sob a orientação do Anjo.

São José: exemplo de simplicidade

Carpinteiro e patrono dos trabalhadores

Mateus, no capítulo 13, fala da sua profissão de carpinteiro, quando os habitantes céticos de Nazaré se perguntam: “Não será este o filho do carpinteiro”? Assim, ele ganha a confiança dos vizinhos. Veem-se nesse grande homem a virtude do trabalho santificado de modo sublime. Ele trabalha e ensina o menino Jesus no serviço. Por isso, se torna modelo para nós, em nossos ofícios.

Pai putativo

Sem dúvida alguma, José amou Jesus com toda a ternura que um pai tem por seu filho: tudo o que José fez foi proteger e educar o misterioso Menino, obediente e sábio, que lhe fora confiado. Educar Jesus: a imensa desconformidade de uma tarefa de dizer ao Filho de Deus o que é justo e o que é injusto. Deve ter sido difícil para ele, humanamente falando, ter que procurá-lo, com aflição, por três dias, no Templo, onde ele tinha ficado, sem avisar seus pais, para discutir com os doutores, e ter que ouvir daquele menino de doze anos: “Não sabias que devo ocupar-me das coisas do meu Pai?“.

Este é um tipo de perplexidade que todo pai sente quando percebe que seus filhos não lhes pertencem e que o destino deles está nas mãos de Deus, por isso ele é modelo de paternidade e intercessor dessas causas.

Patrono e Orações a São José

Patrono dos moribundos

Segundo a tradição, José teria morrido circundado por Jesus e Maria. Por esse motivo, é invocado também como protetor dos moribundos. Tal invocação deve-se a todos nós que gostaríamos de deixar esta terra tendo ao nosso lado Jesus e sua Mãe.

Oração de Leão XIII a São José pela Igreja

“A vós, São José, recorremos em nossa tribulação e, tendo implorado o auxílio de vossa santíssima esposa, cheios de confiança solicitamos também o vosso patrocínio. Por esse laço sagrado de caridade que vos uniu à Virgem Imaculada Mãe de Deus, e pelo amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar favorável sobre a herança que Jesus Cristo conquistou com o seu sangue, e nos socorrais em nossas necessidades com o vosso auxílio e poder. Protegei, ó guarda providente da Divina Família, o povo eleito de Jesus Cristo. Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício.

Assisti-nos do alto do céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas, e assim como outrora salvastes da morte a vida ameaçada do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus das ciladas do Inimigo e de toda adversidade. Amparai a cada um de nós com o vosso constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo e sustentados com o vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter no céu a eterna bem-aventurança. Amém.”

Minha oração

“Oh Glorioso São José, assuma-me também como teu filho adotivo. Contigo desejo experimentar a paternidade do Pai. Alimenta-me fisicamente e espiritualmente para que eu te imite no amor a Jesus e Maria para todo o sempre!”

São José, rogai por nós!

Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 19 de março:

O martírio dos santos Sátiro, Saturnino, Revocato e Secundino,  em Cartago.(† 203)

Martírio de Santo Eubúlio em Cesareia da Palestina.(† 309)

Os santos bispos Basílio, Eugénio, Agatodoro, Elpídio, Etério, Capitão e Efrém, mártires em Quersoneso, na actual Ucránia. († c. s. IV)

São Paulo o Simples, na Tebaida, região do Egipto. († s. IV)

São Gaudioso, bispo em Bréscia, cidade do atual Lombardia, região da Itália. († s. V)

Santo Ardão Smaragdo, presbítero no mosteiro de Aniane, na Septimania, atualmente na França. († 843)

São Paulo, bispo em Prusa, cidade da Bitínia, na atual Turquia. († 850)

Os beatos mártires João Larke e João Ireland, presbíteros, e Germano Gardiner, em Londres, na Inglaterra. († 1544)

Santa Teresa Margarida Rédi, virgem,  em Florença, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália. († 1770)

São João Baptista Nam Chong-sam, mártir em Seul, na Coreia.(† 1866)

Os santos mártires Simeão Berneux, bispo, Justo Ranfer de Bretenières, Luís Beaulieu e Pedro Henrique Dorie, presbíteros da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris, em Sai-Nam-Hte, também na Coreia. († 1866)

Beato José Olallo Valdés, religioso da Ordem Hospitaleira de São João de Deus.  Em Camaguey, cidade de Cuba. († 1889)

Beato Leónidas Fedorov, bispo e mártir em Kirov, cidade da Rússia. († 1935)

Fontes:

vaticannews.va

Martirológio Romano

Liturgia das Horas

Diretório de Liturgia da Igreja no Brasil [Ed CNBB 2022]

Livro “Um santo para cada dia” – Mário Sgarbossa – Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978]

– Pesquisa: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova

– Produç